São
claras as crianças como candeias sem vento,
seu
coração quebra o mundo cegamente.
E
eu fico a surpreendê-las, embebido no meu poema,
pelo
terror dos dias, quando
em
sua alma os parques são maiores e as águas turvas param
junto
à eternidade.
As
crianças criam. São esses os espaços
onde
nascem as suas árvores.
(…)
Nelas
se festeja a imensidade
dos
meses, a melancolia, a silenciosa
pureza
do mundo.
Herberto Helder,
Elegia múltipla, VI, in Ofício Cantante
1 de junho –Dia Mundial da Criança