sexta-feira, 27 de maio de 2016

Poema da semana de 30 de maio a 3 de junho



São claras as crianças como candeias sem vento,
seu coração quebra o mundo cegamente.
E eu fico a surpreendê-las, embebido no meu poema,
pelo terror dos dias, quando
em sua alma os parques são maiores e as águas turvas param
junto à eternidade.
As crianças criam. São esses os espaços
onde nascem as suas árvores.
 (…)
Nelas se festeja a imensidade
dos meses, a melancolia, a silenciosa
pureza do mundo.

Herberto Helder, Elegia múltipla, VI, in Ofício Cantante
1 de junho –Dia Mundial da Criança






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