SEGUNDO POEMA DA CIDADE
O
segundo poema da cidade
Foi
feito esta manhã
Quando
o sol começou
A
brincar nos telhados,
Quando
os eléctricos principiaram
A
atravessar as ruas sonolentas,
Quando
os barbeiros abriram as portas,
Os
ardinas trouxeram os jornais,
Os
caixeiros vieram para as lojas
E
os automóveis e os camiões
Passaram
apressados, buzinando.
(…)
O
segundo poema da cidade
Foi
feito de manhã
Quando
o sol beijou da mesma maneira
As
flores, os homens, os automóveis
E
os pescadores no mar.
António Rebordão
Navarro, in Outro Caminho do Mar, A condição reflexa – Poemas (1952 – 1982)
1 de maio - Dia do
Trabalhador
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