POEMA
DO HOMEM NOVO
Niels Armstrong pôs os pés
na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História
sublinhou-se
com espesso traço o
memorável feito.
Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos
sobrepostos. (…)
Envolvendo o conjunto, do
tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos
necessários,
da água e do oxigénio. (…)
(…)Cá de longe, na Terra,
num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de
humidade,
todos se interpelavam e
falavam,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.
Sobre a Lua, Armstrong pôs
finalmente os pés.
Caminhava hesitante e
cauteloso(…)
Mais um passo.
Mais outro.
Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e
qualquer coisa nela.
Com redobrado alento avança
mais um passo,
e a Humanidade inteira,
com o coração pequeno e
ressequido,
viu, com os olhos que a
terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no
chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o
Homem Velho.
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