quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Autora do Mês de janeiro- Ilse Losa

 

Ilse Losa nasceu na Alemanha em 1913, e passou os primeiros anos da infância com os avós, regressando a casa dos seus pais com seis anos de idade. Pouco depois morreu o seu pai e Ilse, com dezassete partiu para Londres onde durante um ano tomou conta de crianças.

Em 1933 regressou à Alemanha onde teve dificuldade em arranjar trabalho devido ás perseguições anti-semitas que já se faziam sentir. Numa carta que escreveu a uma amiga acusava Hitler de ser um assassino, esta carta foi para às mãos da Gestapo, e após um interrogatório foi-lhe dada ordem para abandonar a Alemanha. Um ano mais tarde estava a viver no Porto, onde a esperavam o seu irmão mais velho e um tio, passado um ano, o seu irmão mais novo também chegou a Portugal. Em 1936 casou com o arquitecto Arménio Losa com quem teve duas filhas.

A obra de Ilse Losa é vasta e divide-se em obras para a infância e juventude em que mais se notabilizou, ficção para adultos e ensaios e traduções. Recebeu vários prémios entre eles, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para crianças pelo livro Na quinta das cerejeiras. O Grande Prémio Gulbenkian pelo conjunto da sua obra e o Prémio de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores.

O seu livro, O mundo em que vivi, faz parte das obras aconselhadas para leitura dos alunos do Ensino Básico, relata a primeira infância de uma criança judia na Alemanha, no final da Primeira Grande Guerra. A autora descreve o desgosto e humilhação que os judeus sentiam ao serem acusados de todas as desgraças ocorridas na época. Estas acusações e ódio, com a vitória de Hitler, transformaram-se em perseguições sistemáticas e violentas dos judeus e levaram à tragédia do Holocausto.

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