Ilse Losa nasceu na Alemanha em
1913, e passou os primeiros anos da infância com os avós, regressando a casa
dos seus pais com seis anos de idade. Pouco depois morreu o seu pai e Ilse, com
dezassete partiu para Londres onde durante um ano tomou conta de crianças.
Em 1933 regressou à Alemanha onde
teve dificuldade em arranjar trabalho devido ás perseguições anti-semitas que
já se faziam sentir. Numa carta que escreveu a uma amiga acusava Hitler de ser
um assassino, esta carta foi para às mãos da Gestapo, e após um interrogatório
foi-lhe dada ordem para abandonar a Alemanha. Um ano mais tarde estava a viver
no Porto, onde a esperavam o seu irmão mais velho e um tio, passado um ano, o seu
irmão mais novo também chegou a Portugal. Em 1936
casou com o arquitecto Arménio Losa com quem teve duas filhas.
A obra de Ilse Losa é vasta e
divide-se em obras para a infância e juventude em que mais se notabilizou,
ficção para adultos e ensaios e traduções. Recebeu vários prémios entre eles, o
Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura
para crianças pelo livro Na quinta das
cerejeiras. O Grande Prémio Gulbenkian
pelo conjunto da sua obra e o Prémio
de Crónica, da Associação Portuguesa de Escritores.
O seu livro, O mundo em que vivi, faz parte das obras aconselhadas para leitura
dos alunos do Ensino Básico, relata a primeira infância de uma criança judia na
Alemanha, no final da Primeira Grande Guerra. A autora descreve o desgosto e humilhação
que os judeus sentiam ao serem acusados de todas as desgraças ocorridas na
época. Estas acusações e ódio, com a vitória de Hitler, transformaram-se em perseguições
sistemáticas e violentas dos judeus e levaram à tragédia do Holocausto.
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